Fonte: www.dailymail.co.uk
Níquel
(Ni)
O níquel pode ser associado com outros metais,
como ferro, cobre, cromo e zinco, para formar ligas. Combinados com outros
elementos (cloro, enxofre e oxigênio) formaram compostos de níquel, cuja
maioria tem baixa solubilidade em água, possuem cor verde e são usados
para niquelagem, a cerâmica de cor, para fazer algumas baterias e
em catalisadores. Uma aplicação importante do níquel é na produção do aço
inoxidável (ATSDR, 2005a).
O níquel é empregado principalmente na produção de
ligas de níquel, baterias e catalisadores, na refinação do petróleo, na
hidrogenação de óleos combustíveis e na produção de compostos orgânicos (GUTBERLET,
1996).
O níquel emitido no ambiente por fontes naturais ou
antropogênicas circula por todos os compartimentos ambientais por meio de
processos químicos e físicos, além de ser biologicamente transportado por
organismos vivos. O transporte e distribuição do níquel particulado entre os
diferentes compartimentos é fortemente influenciado pelo tamanho da partícula e
condições meteorológicas (CETESB, 2012c).
O níquel, dependendo de seu estado físico e
químico, tem efeitos muito diversos sobre o organismo. Portanto, deve ser
diferenciado entre pó metálico, compostos solúveis, insolúveis e orgânicos (GUTBERLET,
1996).
A principal via de exposição ocupacional é a
respiratória e o metal é inalado, principalmente, na forma de poeiras de
compostos insolúveis, de aerossóis formados a partir das soluções dos compostos
solúveis e de vapores de carbonila de níquel
As atividades mais comuns que acarretam exposição
ocupacional ao níquel incluem a mineração, a moagem e a fundição dos minérios,
a partir de sulfetos e óxido e a utilização de produtos primários de níquel,
tanto na produção de aço inoxidável e de ligas quanto em fundições de
minério de ferro e pelos processos de combustão, por ser um elemento químico
presente em diferentes concentrações no carvão e petróleo (GUTBERLET,
1996; CETESB, 2012c).
Nos seres humanos, a inalação de aerossóis solúveis
de sais de níquel produz corizas e inflamações crônicas das fossas nasais.
Alguns compostos inorgânicos de níquel, insolúveis em água, têm efeitos
cancerígenos no homem. O quadro patológico no ser humano vai desde tumores intramusculares
e subcutâneos até câncer renal maligno e tumores nos testículos. Pertencem ao
grupo dos maiores agentes provocadores de câncer: monossulfato de níquel, o
níquel metálico e o óxido de níquel (GUTBERLET, 1996).
As intoxicações por níquel-tetra-carbonil (Ni(CO)4),
a mais importante liga orgânica solúvel em lipídios, tem como primeiros
sintomas as dores pulmonares. Porém, esse composto orgânico do níquel pode
atacar o fígado, o rim e o baço. As intoxicações podem levar à morte por
pneumonites, hemorragia cerebral e edemas (GUTBERLET, 1996).
A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer
(IARC) classifica o níquel metálico, ligas, e os compostos de níquel como
possíveis cancerígenos para o ser humano (CETESB, 2012).
Potássio
(K)
O potássio é o sétimo elemento mais abundante da
crosta terrestre e ocorre em rochas, solos, oceanos e lagos. É amplamente
distribuído no ambiente, incluindo todas as fontes naturais de água. O seu
principal uso é em fertilizantes por ser é elemento essencial para o crescimento
das plantas e macronutriente na dieta humana (VAITSMAN; AFONSO; DUTRA,
2001; CETESB, 2010b).
A exposição ocupacional por inalação de poeiras ou
névoas de potássio pode irritar os olhos, nariz, garganta e pulmão. Exposições
elevadas podem causar edema pulmonar e morte. O contato com a pele e olhos pode
queimá-los levando à lesão permanente. A exposição prolongada aos fumos de
potássio pode causar feridas no interior do nariz e septo nasal, irritar os
pulmões e produzir bronquite (CETESB, 2010b).
Tálio
(Tl)
O tálio pode ser encontrado puro, na forma de ligas
metálicas, na forma de sais quando combinado com bromo, cloro, flúor,
iodo. O tálio permanece no meio ambiente, uma vez que é um metal e não
pode ser decomposto em substâncias mais simples (ATSDR, 1992).
O tálio é um elemento não essencial, tóxico para a
saúde humana. Há pouco conhecimento sobre a sua poluição ambiental associada
aos efeitos sobre a saúde humana (XIAO et al., 2011).
O tálio é um radiofármaco utilizado na
investigação de doenças coronarianas e no diagnóstico de tumores. O
tálio-201 (Tl-201) é o radiotraçador mais usado na avaliação clínica da
perfusão miocárdica, tendo biodistribuição semelhante a do potássio (CHALELA et
al., 1994).
O tálio é cada vez mais utilizado na fabricação de
cristais, bijuterias, corantes, pigmentos, equipamentos elétricos e
eletrônicos, semicondutores, sistemas ópticos, termômetros de baixa
temperatura, contadores de cintilação e fibra de vidro para cabos de comunicação
(LÉORNARD; GERBER, 1996).
Segundo a ATSDR (1992), a exposição ao tálio pode
ocorres pelo ar, água em níveis muito baixos, e através da alimentação.
Pequenas quantidades de tálio são liberadas no ar a partir de queima de carvão,
fábricas de cimento e de fundição. As pessoas que trabalham nesses lugares
podem respirar o produto químico ou pode entrar em contato com a pele.
O tálio é facilmente absorvido pelas plantas
através das raízes, o que pode contaminar frutas e hortas, nas proximidades das
fontes de emissão. O tabagismo é também outra fonte de tálio. Uma pessoa que
fuma tem o dobro de tálio no organismo se comparada com uma não-fumante.
Estima-se que através da alimentação, uma pessoa ingere, diariamente, em média
2ppb de tálio.
A ingestão de grandes quantidades de tálio em curtos períodos de tempo pode afetar o sistema nervoso,
pulmonar, cardiovascular e renal. Pode-se também ocorrer a queda de cabelo,
vômito, diarreia e ou até mesmo a morte. O tálio pode ser fatal a
partir de uma dose tão baixa como 1 grama. Não foram
encontradas informações sobre os efeitos nos seres humanos após a
exposição a pequenas quantidades de tálio para períodos
mais longos.
A tríade de gastroenterite, polineuropatia e
alopecia é considerada como a síndrome clássica de envenenamento por tálio.
Historicamente, o envenenamento por tálio foi notado desde a emissão
industrial de queima de carvão e de fundição, e de propósito criminoso usando
produtos químicos a base de tálio (XIAO et al., 2011).
Nas últimas duas décadas, estudos crescentes sobre
poluição por tálio na China mostraram os impactos ambientais a partir de
minerais ricos em sulfeto de Tl por processos naturais de intemperismo e / ou
de atividades mineiras, o acúmulo de Tl na cadeia alimentar, e exposição de Tl
pelos seres humanos e seus efeitos na saúde
Titânio
(Ti)
Segundo Santos (2010), o titânio metálico é o nono
elemento químico em abundância na crosta terrestre e está presente na maioria
das rochas ígneas e sedimentares provenientes do intemperismo sobre as rochas
ígneas portadoras de minerais de titânio. Concentrados minerais de titânio,
particularmente ilmenita e rutilo, constituem as matérias primas mais demandadas
pela indústria de transformação.
O dióxido de titânio (TiO2) é empregado
na fabricação de tintas usadas na construção civil e também para uso artístico.
Esse produto também é incorporado à produção de papel, pasta de dente,
plásticos etc.
No Brasil, o maior consumo de titânio é destinado à
fabricação de tintas, esmaltes e vernizes (52%), seguido pela siderurgia (36%),
produção de ferro-ligas (11%) e outras destinações como soldas, anodos para
galvanoplastia, e indústria de pisos e revestimentos o que absorve
aproximadamente 1%.
Na forma de metal e suas ligas, aproximadamente 60%
do titânio, são utilizados nas indústrias aeronáuticas e aeroespaciais, e o
restante é utilizado em outros segmentos da economia:
- Indústria
química: devido à sua resistência à corrosão e ao ataque químico;
- Indústria
naval: o titânio metálico é empregado em equipamentos submarinos e de
dessalinização de água do mar;
- Indústria
nuclear: é empregado na fabricação de recuperadores de calor em usinas de
energia nuclear;
- Indústria
bélica: o titânio metálico é sempre empregado na fabricação de mísseis e peças
de artilharia;
- Na
metalurgia, o titânio metálico, ligado com cobre, alumínio, vanádio, níquel e
outros, proporcionam qualidades superiores aos produtos. Outra aplicação, que
se dá somente com o rutilo, é no revestimento de eletrodos de soldar.
De acordo como a ATSDR (1997),
compostos do elemento titânio apresentam graus consideráveis de toxicidade,
salientando-se os compostos orgânicos. O tetracloreto de titânio é um
forte irritante da pele e a inalação do seu vapor é extremamente perigosa. Efeitos mais severos podem
incluir bronquite ou pneumonia química e congestão das membranas mucosas do
trato respiratório superior. Esses efeitos podem causar danos a longo prazo
tais como o estreitamento das cordas vocais, traquéia e vias aéreas superiores.
Embora não existam dados sobre a ingestão de
tetracloreto de titânio, é provável que, com grandes quantidades desse produto
químico, ocorra a morte. A exposição acidental a tetracloreto de titânio
líquido pode resultar em queimaduras da pele bem como causar danos permanentes
aos olhos, se não forem protegidos.
Vanádio (V)
O elemento vanádio e seus compostos são
encontrados em rochas, alguns minérios de ferro e depósitos de petróleo
bruto. Normalmente se combina com outros elementos como carbono, oxigênio,
sódio, enxofre ou cloreto e com outros metais como cromo e molibdênio pra
produzir algumas aço-ligas de baixo teor de liga (ATSDR, 2009; ROMEIRO,
1997).
O vanádio, na forma de óxido, é um componente de
tipos especiais de aço usados para peças automotivas, talhadeiras e bielas,
molas e rolamentos de esferas, engrenagens de automóveis. Quando
é misturado com o ferro, é usado para fazer partes importantes
para motores de aeronaves. Pequenas quantidades de vanádio são usadas na
fabricação de borracha, plásticos, cerâmica e outros produtos químicos. Pentóxido
de vanádio é utilizado em cerâmica e como um catalisador na produção de ímãs
supercondutores (ATSDR, 2009; ROMEIRO, 1997).
Segundo a ATSDR (2009), o vanádio, encontrado no
ar, é de origem natural como poeiras, aerossol marinho e emissões
vulcânicas ou de fontes industriais, especialmente, refinarias de petróleo e
usinas de energia (que utilizam óleo combustível rico em vanádio
e o carvão). Aproximadamente 0,0004 mg de vanádio é emitida pela fumaça de
um cigarro. Estima-se que as emissões atmosféricas antropogênicas são
maiores do que fontes naturais de vanádio.
Como o vanádio não pode ser destruído no ambiente,
apenas altera a sua forma, agregando-se ou separando-se de partículas presentes
no ar, água e sedimentos.
Após a inalação ou exposição oral do vanádio e seus
compostos são afetados os sistemas cardiovascular, hematológico,
gastrointestinal (diarreias, cãibras e náuseas), renal, reprodutivo e
respiratório (irritação das vias aéreas, inflamações da garganta, lesões
pulmonares incluindo hiperplasia alveolar / bronquiolar, inflamação e fibrose). A
Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC) determinou que o vanádio
é possivelmente cancerígeno para os seres humanos.
Zinco (Zn)
De acordo com a ATSDR (2005c), o zinco é um
dos elementos mais comuns na crosta da Terra. Encontra-se no ar, solo e água
e está presente em todos os alimentos. Apresenta muitos usos
comerciais como revestimentos para impedir a oxidação, em pilhas secas e
misturado com outros metais para fazer ligas como latão e bronze.
Os compostos de zinco mais comuns encontrados em
depósitos de resíduos perigosos incluem cloreto de zinco, óxido de zinco,
sulfato de zinco e sulfeto de zinco. Compostos de zinco são amplamente
utilizados na indústria para fazer a pintura, a borracha, corantes,
conservantes de madeira e pomadas.
É um elemento essencial e benéfico ao metabolismo
humano, do crescimento de plantas e animais (VAITSMAN; AFONSO; DUTRA, 2001).
De acordo com Santos (2009), há dois tipos de
toxicidade associada ao zinco. A toxicidade aguda é a consequência da ingestão
de doses acima dos 5 g, que resulta num paladar metálico, náuseas e diversas
perturbações gástricas. A toxicidade crônica é consequência do consumo prolongado
de quantidades moderadamente altas, o que resulta num aumento do risco de
doença coronária devido a um aumento da concentração de lipoproteínas de baixa
densidade e redução da concentração de lipoproteínas de alta densidade no
plasma.
Interação antagônica entre zinco e cobre pode
resultar na deficiência de cobre e em anemia. O excesso de zinco, no organismo,
também pode provocar distúrbios no sistema nervoso central (SANTOS, 2009).
Fonte Bibliográfica:
DRUMOND, A.R.S. (2012) "Dissertação". USO DO MÉTODO
“MOSS BAG” COM Sphagnum capillifolium PARA O BIOMONITORAMENTO
DE METAIS DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA EM IPATINGA, MINAS GERAIS. Programa
de Pós-Graduação em Engenharia Industrial do Centro Universitário do Leste de
Minas Gerais-UNILESTE.