sábado, 25 de janeiro de 2014

Breve Panorama histórico de Ipatinga e a sua Poluição do Ar

          
Fonte: USIMINAS, 2008.

          As informações históricas contidas nesta seção foram baseadas na Coleção Ipatinga– Cidade Jardim, de José Augusto de Moraes (MORAES, 2009).
           O município de Ipatinga é composto por sua Sede e pelo distrito de Barra Alegre, estando localizado na Bacia Hidrográfica do Rio Doce, na Região Metropolitana do Vale do Aço a Leste do Estado de Minas Gerais.
        Os povoados de Barra Alegre e Ipatinga pertenceram a quatro outros municípios: Itabira, Ferros, Antônio Dias e Coronel Fabriciano. Os primeiros habitantes da região foram os índios botocudos, assim chamados por causa dos adornos de madeira (botoque ou batoque) em forma arredondada, que usavam abaixo do lábio inferior e nos lóbulos das orelhas. Os botocudos pertenciam à nação Jê, a mesma família dos Aimorés, Maxacalis, Krenaks, Patachós, Nanukes etc.
        Barra Alegre (Água Limpa) originou-se de cinquenta alqueires de terra que o arcebispo de Mariana doou às famílias daquela região. Em 1920, na região havia umas vinte casas, uma escola e uma igreja e somente, em 1964, que Barra Alegre foi incorporada a Ipatinga, na qualidade de distrito. 
         A versão tradicional relata que o nome de Ipatinga nasceu de um arranjo formado por uma aglutinação de palavras, aproveitando os radicais Ipa (de Ipanema) e tinga (de Caratinga), de acordo com a versão do Engenheiro Pedro Nolasco. Entretanto, segundo os estudos linguísticos, a palavra Ipatinga tem legítima formação tupi e significa Pouso de Água Limpa (I + PA+ TINGA).
        Ipatinga era o nome de uma pequena estação intermediária, que ligava Itabira a Vitória, inaugurada em 1922, e instalada às margens do Rio Piracicaba entre os atuais bairros Cariru e Castelo. Em 1930, esse trajeto foi mudado para mais perto do povoado, onde hoje é a Estação Memória. 
        As sucessivas tentativas fracassadas das primeiras expedições portuguesas para a extração de riquezas minerais na Região do Vale do Rio Doce são fatos que podem contribuir para explicar a ocupação tardia e o recente surgimento da povoação no local que deu origem à cidade de Ipatinga. As causas principais podem ter sido as doenças, os “Botocudos” e a dificuldade em encontrar ouro e pedras preciosas.
       Declarada a guerra contra os proprietários naturais da Terra, D. João VI autoriza a dizimação dos índios através da assinatura da carta Régia, em 13 de maio de 1808, instituindo a Guerra Justa, iniciando então um novo vaticínio sobre o “Vazio Verde”. 
        O processo de imigração na região efetivou-se nesse período, início do século XIX, com a vinda de Guido Thomas Marliére que instalaria os quartéis militares que serviam de cobertura aos colonos.
        Em 1930, ocorreu o primeiro desmatamento da região, quando José Fabrício Gomes apossou-se de uma área de terra em matas virgens, para fazer uma plantação e ficar mais perto da estrada de ferro. Decorridos dois anos, cedeu a posse para José Cândido de Meira, que instalaria um grande serviço de extração de madeira. Mais tarde, passam-se essas terras ao Sr. Alberto Giovanini.
       Para aumentar a sua produção de carvão vegetal, que iria abastecer as usinas de João Monlevade e Sabará, a Companhia Belgo Mineira adquiriu, em1934, a área de terra que continha grandes matas do Sr. Alberto Giovanini e foi iniciada a produção de carvão, com grande número de operários.
     Com a montagem das carvoarias que alimentavam as siderurgias, que se instalavam no Vale do Piracicaba, o lugarejo começou a crescer. Em 12 de dezembro de 1953, Ipatinga passou a ser distrito do município de Coronel Fabriciano sendo traçada, no ano seguinte, a sua delimitação urbana e suburbana. 
      O grande desenvolvimento da região começou na década de 50, com o início das obras de construção da Usina Siderúrgica de Minas Gerais S/A, a USIMINAS, que seria inaugurada em 26 de outubro de 1962. 
      Quando começaram as obras de construção da USIMINAS, Ipatinga era um pequeno vilarejo com cerca de 300 habitantes, sem nenhuma infraestrutura urbana adequada. Para suprir a falta de mão-de-obra, cerca de 10.000 pessoas migraram para a região para trabalhar na construção da siderúrgica (BRANDT, 2005 apud PULINO, 2006).
    Com o crescimento muito rápido do distrito, seus líderes comunitários começaram a reivindicar do governo estadual a emancipação e, após muito esforço e diversas idas e vindas à capital do Estado, Ipatinga foi emancipada, exatamente a 29 de abril de 1964.
      O Engenheiro Rafael Hardy desenvolveu o plano de urbanização para garantir a expansão do núcleo urbano e assegurar a oferta de serviços de saúde, educação, lazer, transportes e comunicação. Exprimindo um conceito urbanístico de cidade aberta, para um movimento constante de pessoas, quando o dinamismo da indústria siderúrgica inseria a aldeia no mundo e vice-versa. Em 1970, já haviam sido construídas três mil duzentas e setenta e duas moradias.
       O projeto Hardy também estabelecia um Centro Comunal destinado às atividades diversificadas como comércio, hotéis e pensões destinados aos funcionários e operários solteiros e à população de flutuantes como compradores, vendedores e visitantes. 
        Foi exatamente no entorno e a partir deste “Centro Comunal”, o atual centro, cortado pela Avenida 28 de abril, antiga Rua do Comércio, que a cidade começou a crescer desordenadamente e sem qualquer planejamento, num contraste ao planejamento e programa urbanisticamente inicial.
       Com as obras de expansão da USIMINAS na década de 70, Ipatinga experimenta um novo estágio de desenvolvimento sócio-econômico chegando a quase 50 mil habitantes (BRANDT, 2005 apud PULINO, 2006). 
        A partir da área central, surgem, em Ipatinga, vários empreendimentos imobiliários e loteamentos que se expandem em direção ao seu núcleo original, o distrito de Barra Alegre. Além de novos núcleos habitacionais, conformam-se novos centros de compras, diversificando as atividades econômicas sociais. Em 1975, o município de Ipatinga elaborou seu plano diretor para o sistema viário urbano.
      Na década de 80, Ipatinga totaliza uma população de 150.322 mil habitantes. Com o aumento do número de veículos e as próprias necessidades impostas pelo desenvolvimento econômico, como o escoamento da produção, exigem-se melhorias no sistema viário e uma redefinição da malha de transporte.
       A população economicamente ativa de Ipatinga está vinculada principalmente à indústria e ao comércio. A maior parte da arrecadação municipal provém das atividades industriais. O setor de serviços também é importante para a economia local, que vem buscando alternativas para diminuir a dependência da indústria (MADEIRA, 2004).
      De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -IBGE (2011), a população atual é estimada em 241539 habitantes. O bairro de maior extensão territorial é o Ipaneminha, com 50,4 km², seguido por Tribuna, com 29,2 km², e Pedra Branca, com 13,4 km². Dos 35 bairros oficiais que constituem o município, o mais populoso é o bairro Canaã com 28.510 habitantes, seguido por Betânia, com 27.970, e Veneza, com 20.785 (TANCREDO, 2011).
        O município possui fácil acesso às principais rodovias do país, através da BR 458, BR 381 e BR 116, que dão acesso a Belo Horizonte, ao Espírito Santo, Rio de Janeiro e a estados do nordeste brasileiro, um dos fatores favoráveis ao constante crescimento de Ipatinga.
       A expansão das cidades brasileiras ocorrida principalmente, a partir da década de 70, tem colocado em risco a qualidade de vida da população e do meio ambiente, uma vez que se deu sem um adequado planejamento urbano e ambiental. Em Ipatinga, os principais fatores podem ser traduzidos pelo aumento da produção industrial, crescimento da frota de veículos, uma intensificação no setor habitacional contribuindo para o aumento da geração de resíduos de construção civil (TANCREDO, 2009; FREITAS, 2009).
      Comparando a população atual com dados de 2000, constata-se um crescimento de 13,67%, enquanto a frota de veículos aumentou 105,22%. Os dados do crescimento populacional experimentado por Ipatinga, nos últimos anos, e o crescimento da frota de veículos são mostrados, na FIG. 1, de acordo com dados do          Departamento Nacional de Trânsito- DENATRAN, BRASIL (2012) e do IBGE (2011).

        Segundo Araújo (2011), Ipatinga atualmente passa por um processo de diversificação econômica, com a implantação de um distrito industrial que vem estimulando o empreendedorismo e a abertura de novas e diferentes plantas industriais.
    Para Moraes (2009), o município sobressai-se como a cidade polo de uma região em pleno desenvolvimento, sendo respeitada nacional e internacionalmente pela sua história e pelo que representa hoje. A história do município de Ipatinga “confunde-se” com a construção de uma empresa siderúrgica.
Como um exemplo típico de localidade que, ao se desenvolver ao redor de um empreendimento industrial de grande porte, Ipatinga trouxe consigo um registro histórico de reclamações da população em relação à poluição atmosférica, sobretudo nos bairros vizinhos à Usina (BRANDT, 2005 apud PULINO, 2006).

Fonte Bibliográfica:  
DRUMOND, A.R.S. (2012) "Dissertação". USO DO MÉTODO “MOSS BAG” COM Sphagnum capillifolium PARA O BIOMONITORAMENTO DE METAIS DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA EM IPATINGA, MINAS GERAIS. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Industrial do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais-UNILESTE.

Para ter acesso à dissertação: http://www.unilestemg.br/portal/mestrado/dissertacoes/dissertacao_039_adriana.pdf

Um comentário:

  1. Interessante...
    Essa informação sobre a poluição em Ipatinga no ano de 2014,é bem útil para trabalhos escolares por exemplo nesse ano(2016)

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