Fonte: indiatoday.intoday.in
Cobalto
(Co)
Segundo o perfil toxicológico elaborado pela Agência de
Substâncias Tóxicas e Registro de Doenças -
ATSDR (2004a), o cobalto é um
elemento de ocorrência natural que tem propriedades semelhantes ao ferro e ao
níquel. Existe apenas um isótopo estável de cobalto, que tem um número de massa atômica de 59. No
entanto, há muitos isótopos
instáveis ou radioativos, dois
dos quais são comercialmente
importantes, cobalto-60 e cobalto-57. Todos os isótopos de cobalto têm o
mesmo comportamento químico no ambiente e no organismo humano.
A presença do cobalto 59 no ambiente ocorre
por fontes naturais (solo, rocha, ar, água, plantas e animais) ou atividades
humanas. O transporte do cobalto é pelo ar e a água, pela ressuspensão da
poeira do solo, aerossol de água do mar, erupções vulcânicas, incêndios
florestais e ainda através de águas superficiais de escoamento ou da lixiviação
do solo e rocha que contém cobalto. Nos solos próximos a depósitos de minério,
rochas de fosfato, instalações de fundição e solos contaminados por tráfego do
aeroporto, tráfego de rodovia ou a poluição industrial podem conter altas
concentrações de cobalto.
Pequenas quantidades de cobalto podem
ser liberadas na atmosfera a partir de usinas de carvão e incineradores,
escapamento de veículos, atividades industriais relacionadas com a mineração e
processamento de cobalto contendo minérios, e a produção e uso de ligas de
cobalto e produtos químicos.
O cobalto é benéfico para os seres
humanos porque é parte de vitamina B12, essencial para manter a saúde humana, e
tem sido utilizado no tratamento para a anemia, incluindo em mulheres
grávidas. A exposição de seres humanos e
animais em níveis de cobalto normalmente encontrados no meio ambiente não é
prejudicial.
Normalmente, o ar contém quantidades muito pequenas de cobalto, menos de 2 ng.m-3,
uma quantidade muito menor do que a consumida em alimentos e água.
De acordo com Alves e Rosa (2003), o cobalto
é produzido principalmente como subproduto da mineração de cobre e níquel, que
usualmente contêm Co em proporção menor que 1%. As propriedades das ligas de
cobalto (alto ponto de fusão, dureza e resistência à oxidação) dependem de sua composição,
como indica o QUADRO 03.
Tipo de liga
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Composição
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Utilização
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superligas resistentes à corrosão
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cobalto, cromo, níquel, tungstênio,
tântalo, alumínio, titânio e zircônio
|
lâminas de corte
|
ligas magnéticas
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cobalto, níquel, alumínio,
cobre e titânio
|
indústria eletroeletrônica
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aços de alta resistência
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cromo e cobalto (25-65%)
|
peças de equipamentos que
necessitam de aço altamente resistente ao calor, tais como turbinas de aviões
|
aços com propriedades especiais
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cromo, níquel, molibdênio e
65% de cobalto
|
implantes cirúrgicos
|
aço “metal duro” produzido por
processo de “sinterização”*
|
pó de cobalto, ligante na produção
de ligas com o carbeto de tungstênio e/ou titânio, tântalo, nióbio e
molibdênio
|
lâminas de corte, brocas e discos
para polimento de diamantes
|
*Sinterização: é um processo de preparação de ligas metálicas, no qual a mistura de seus componentes é prensada e submetida a temperatura abaixo do seu ponto de fusão.
FONTE: ALVES E ROSA, 2003.
Trabalhadores que inalam ar contendo
0,038 mg.m-3 de cobalto (cerca de 100.000 vezes a concentração
normalmente encontrada em ar ambiente) por 6 horas, apresentam dificuldade para
respirar. Graves efeitos sobre os pulmões, incluindo asma, pneumonia e wheezing foram encontrados em pessoas
expostas a 0,005 mg.m-3 enquanto trabalhavam com metal duro, de
cobalto-tungstênio liga de carboneto.
Pessoas expostas a 0,007 mg .m-3,
no trabalho também desenvolveram alergias ao cobalto o que resulta em asma e
erupções cutâneas. O público em geral, no entanto, não é susceptível de ser
exposto ao mesmo tipo ou à quantidade de pó de cobalto que causou esses efeitos
em trabalhadores.
Exposições a
cobalto radioativo podem causar danos genéticos nas células, câncer e até.
Cromo
(Cr)
O cromo é um
elemento encontrado naturalmente em rochas, animais,
plantas, solo e na poeira vulcânica e gases.
Várias são as suas formas de ocorrência no ambiente. As mais comuns são cromo (0), cromo (III) e cromo (VI). O cromo metal na forma (0) é usado para fazer aço, cromo (VI)
e cromo (III) são
utilizados nas cromações (galvanoplastias), corantes e pigmentos, curtimento de couro e na preservação da madeira (ATSDR, 2007a).
Todos os
compostos do elemento químico cromo são considerados muito tóxicos e agentes
poluentes. O cromo dependendo da valência do elemento pode ser benéfico ou
maléfico ao ser humano (VAITSMAN;
AFONSO; DUTRA, 2001).
De
acordo com a ficha de informação toxicológica da Companhia Ambiental do Estado
de São Paulo - CETESB (2012b), cerca de 40% do cromo está disponível na forma
hexavalente e a maior parte advém das atividades humanas. A população geral
pode estar exposta ao cromo por alimentação ou contato com produtos fabricados
com o metal. A toxicidade do cromo depende de seu estado de oxidação, sendo o
cromo (VI) mais tóxico que o (III).
A
exposição ocupacional ocorre por inalação de ar contaminado com partículas de
poeira contendo as formas tri e hexavalente, principalmente em atividades de
mineração, soldagem, galvanização e fabricação de cimento. O cromo,
especialmente na forma de cromato, é um importante agente causador de
dermatites de contato em trabalhadores. Por ser corrosivo, pode causar
ulcerações crônicas na pele e perfurações no septo nasal.
A
ingestão acidental de altas doses de compostos de cromo hexavalente pode causar
falência renal aguda caracterizada por perda de proteínas e de sangue na urina.
A forma trivalente do metal é um nutriente essencial para o ser humano, atuando
na manutenção do metabolismo da glicose, lipídeos e proteínas. Já a deficiência
do cátion acarreta prejuízo na ação da insulina.
O
cromo metálico e os compostos de cromo (III) são classificados pela Agência
Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) no Grupo 3 : não classificável
quanto à carcinogenicidade. Os compostos de cromo (VI) são classificados pela
mesma agência como cancerígenos para o ser humano.
Cobre
(Cu)
O cobre é um metal que ocorre naturalmente
em
rochas, solo, água e ar. Trata-se de um elemento
essencial ao
nível de traços (micronutriente) em plantas e animais (incluindo
humanos).
Participa da síntese da hemoglobina, elastina e colágeno. No organismo humano
tende a se acumular no fígado, causando náuseas e vômitos (doença de Wilson) e,
dependendo do caso, problemas cardiorrespiratórios (VAITSMAN; AFONSO; DUTRA,
2001).
O cobre é usado
para fazer ligas e vários tipos diferentes de produtos como fios, tubos de
canalização e de chapa. Compostos de cobre são comumente utilizados na
agricultura para o tratamento de doenças de plantas como mofo, para tratamento
de água e como conservantes de madeira, couro e tecidos (ATSDR, 2004b).
Segundo
informações da CETESB (2012a), o cobre elementar não se degrada no ambiente. As
principais fontes antropogênicas do metal incluem mineração, fundição, queima
de carvão como fonte de energia e incineração de resíduos municipais. As
emissões por uso como agente antiaderente em pinturas e na agricultura,
excreção de animais e lançamento de esgotos são menos relevantes.
No
ar, o cobre geralmente é encontrado na forma de óxidos, sulfatos e carbonatos.
As partículas, dependendo do tamanho, sofrem deposição seca ou são arrastadas
pela água da chuva. Pequenas partículas contendo óxidos de cobre, cobre
elementar e cobre adsorvido são produzidas na combustão e podem permanecer na
troposfera por até 30 dias.
A
população geral pode ser exposta ao cobre por inalação, ingestão de alimentos e
água ou contato dérmico, porém a principal via de exposição não ocupacional é a
oral. A ingestão de sais de cobre causa vômito, letargia, anemia hemolítica
aguda, dano renal e hepático e, em alguns casos, morte.
Trabalhadores
expostos a fumos e poeiras de cobre podem apresentar irritação no nariz, boca e
olhos, cefaléia, náusea, vertigem e diarréia.
Fonte Bibliográfica:
DRUMOND, A.R.S. (2012) "Dissertação". USO DO MÉTODO “MOSS BAG” COM Sphagnum capillifolium PARA O BIOMONITORAMENTO DE METAIS DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA EM IPATINGA, MINAS GERAIS. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Industrial do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais-UNILESTE.
Para ter acesso à dissertação: http://www.unilestemg.br/portal/mestrado/dissertacoes/dissertacao_039_adriana.pdf
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